O presidenciável Aécio Neves não perdeu a chance, na manhã desta
segunda-feira 31, em São Paulo, de lançar uma pedra de divisão política
no campo governista.
- Escuto dizer por aí, todos os dias, que eles podem querer trocar de
candidato, mas para mim tanto faz enfrentar a presidente Dilma ou o
ex-presidente Lula, disse Aécio em almoço diante de associados do Grupo
de Líderes Empresariais (Lide). "O importante é derrotar o modelo de
governo que está aí", concluiu ele, que encerrou seu pronunciamento,
seguido de perguntas e respostas, recebendo aplausos de pé.
Para Aécio, até o momento houve apenas "um monólogo" no debate político, com espaço aberto apenas para o governo.
- É natural que a presidente da República atrai mídia espontânea, mas
esse monólogo vai acabar. Com o debate começando, o governo vai ficar
na defensiva.
Pequisa realizada com os cerca de 500 empresários presentes ao almoço
com Aécio apontou que 56% deles acreditam na vitória do ex-governador
de Minas Gerais na disputa pela Presidência da República, em outubro.
O tucano mineiro usou o espaço do almoço para adiantar novos pontos de seu programa de governo.
- Eu vou reestatizar a Petrobras, afirmou Aécio, dizendo ainda que a
estatal de petróleo "perdeu sua capacidade de gestão sendo aparelhada
por interesses privados".
Aécio garantiu que irá reduzir pela metade o atual número de
ministérios. Ele prometeu criar, se eleito, uma Secretaria Especial
Temporária para montar um projeto de reforma tributária.
- Vamos reduzir a burocracia e aliviar a carga tributária, anunciou, mais uma vez extraindo aplausos dos empresários presentes.
Entusiasmado pela recente pesquisa Ibope, que apontou para um queda
de popularidade do governo Dilma, Aécio atacou o que chamou de
"incompetência da política econômica, que faz o Brasil quase que se
acostumar a índices medíocres de crescimento". Ele tocou no ponto da
inflação:
- Vi declarações do ministro Mantega (da Fazenda) em que ele pareceu
satisfeito com a inflação no topo da meta. Isso não é bom. Vou lutar
pela inflação no centro da meta, que é o que todos esperam, e não ser
leniente no combate à alta de preços.
O presidenciável tucano passará o dia em São Paulo, com reunião à noite com os governadores Geraldo Alckmin e Antonio Anastasia.
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