O encontro entre interlocutores de
Armando Monteiro e Paulo Câmara nesta segunda-feira (28) foi marcado por
frases polêmicas e ataques aos candidatos que estão na disputa
eleitoral, tanto no âmbito estadual quanto no nacional.
De um lado, o deputado federal Sílvio
Costa (PSC), aliado de Armando, disparou, literalmente, críticas aos
candidatos da Frente Popular e ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), que é pré-candidato à presidência da República. Na
retaguarda, o ex-secretário da Casa Civil Tadeu Alencar ficou com a
missão de defender o legado socialista. O embate aconteceu no programa
Super Manhã, mediado por Geraldo Freire.
Com discurso explosivo, o deputado
Sílvio Costa subiu o tom das críticas durante todo o encontro, na
tentativa de neutralizar o opositor. Ao recorrer ao expediente de
elogios ao adversário, o parlamentar questionou a escolha de Paulo
Câmara para o governo do Estado em detrimento a Tadeu. “Pelo currículo
de Tadeu Alencar, eu imaginei que o candidato do governador seria ele.
Na Alepe pessoas próximas a Eduardo defendiam o nome dele e o processo
de escolha do PSB ficou meio difícil de explicar”, disparou Costa. “Até
hoje eu não consegui entender e tenho certeza que muita gente não
conseguiu também”, acrescentou o parlamentar.
A resposta de Tadeu veio de forma mais
tímida e polida, características que lhes são peculiares. “Nós,
felizmente, tínhamos muitos nomes que poderiam representar o momento de
continuidade e renovação. Assim se dava com João Lyra, Fernando Bezerra
Coelho, Danilo Cabral, Paulo Câmara. Achamos que Paulo Câmara deve ser o
novo governador de Pernambuco, por causa de vários critérios. Ele
reuniu em torno de si o melhor grupo político, com 17 partidos e outros
que ainda vão se somar à Frente Popular”, defendeu Alencar.
Com uma defesa semelhante a uma
metralhadora de argumentos, Sílvio Costa acusou Tadeu de ser arrogante,
por achar que Paulo Câmara sairá vencedor da disputa. “Eu tenho o maior
respeito por você, mas o senhor está sendo contaminado pela arrrogância.
Esse estilo de mandonismo está impregnando pessoas de qualidade como
você, Tadeu. A eleição em Pernambuco, Tadeu, vai ser do jeito que o povo
quer, não é do jeito q vocês querem”, afirmou.
NACIONAL - Na esfera
nacional, o pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos
(PSB), também esteve na mira de Sílvio Costa, que comparou Eduardo ao
ex-presidente Fernando Collor, por causa das indicações de candidatos
com perfis mais técnicos e menos políticos, no caso o prefeito do
Recife, Geraldo Julio, e o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara.
“O discurso me parece semelhante ao de
1989, o discurso da negação da política, parecido com o de Collor. Ele
[Eduardo] foi ao Maranhão e bateu pesado: Vou mandar Sarney para
oposição, mas esse discurso não cabe ao ex-governador”, disse o
parlamentar.
As críticas sobre a infidelidade de
Eduardo Campos ao PT, sigla que outrora era aliada, também foram
rebatidas por Alencar, que classificou a candidatura do correligionário
como “legítima e fiel ao ideário programático”.
“Desde 2010 tínhamos candidatura
presidencial e ela era legítima sob todos os aspectos, sempre com
fidelidade ao ideário programático e histórico. É legítimo que qualquer
partido tenha um partido à presidência da República”, justificou o
socialista.
“Eduardo Campos na medida em que vencer o
desconhecimento será um candidato competitivo e nós queremos os setores
conservadores e reacionários na oposição. Essa base política integrada
por Renan Calheiros, Fernando Collor, Eduardo Cunha…E, principalmente,
dizer que essas forças já foram derrotadas em 2006, por Eduardo Campos,
e, em 2012, por Geraldo Julio”, finalizou o socialista.
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