Do Portal 247
O ex-ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), escreveu um artigo onde
desanca os investimentos do governo da presidente Dilma Rousseff (PT)
candidata à reeleição, na área de educação. Utilizando dados do Pisa,
indicador que mede a eficiência dos alunos em diversos países, FBC
ressalta que o País ocupa a “58ª posição, entre 65 nações pesquisadas” e
que é necessário investir muito para melhorar o desempenho do Brasil
nesta questão. No artigo, FBC, que também é candidato ao Senado, defende
que uma das formas para valorizar o ensino é “federalizar a profissão”
do professor.
O ex-ministro diz, ainda, que um bom exemplo da valorização do ensino
está em Pernambuco e afirma que boa parte dos 560 mil empregos gerados
nos últimos sete anos somente foram possíveis graças aos dois mandatos
consecutivos do ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, seu
correligionário. FBC finaliza o artigo afirmando que a obtenção de
justiça social só é possível com a valorização da educação.
Só a Educação salva o Brasil
* Fernando Bezerra Coelho
Um país se faz com homens e livros. A sábia frase do genial escritor
Monteiro Lobato resume a importância que a educação deve ter para o
desenvolvimento de um povo. Sem salas de aula não há futuro possível.
Recente pesquisa, aplicada pelo Vox Populi, mostra que mais 80%
brasileiros esperam que o poder público dê prioridade aos investimentos
em educação.
Esta preocupação apontada pela população faz todo sentido, afinal o
Brasil apresenta dados alarmantes neste setor. O Pisa, indicador que
mede a eficiência dos alunos em diversos países, nos colocou na 58ª
posição, entre 65 nações pesquisadas.
Na América Latina nosso desempenho só superou Colômbia e Peru. Ou
seja, podemos até de fato ter a maioria das nossas crianças e jovens
matriculados, mas eles estão aprendendo pouco. Uma triste verdade para
todos nós.
Em Pernambuco vivemos um momento único na história, com a
industrialização da economia. Nos últimos sete anos recebemos dezenas de
grandes empresas, que geraram 560 mil empregos com carteira assinada.
Mais de meio milhão de pessoas conquistaram o mercado de trabalho
qualificado, com salários melhores. Porém, qualquer pessoa sabe que
estas novas oportunidades que estão surgindo exigem um alto grau de
qualificação. Cada vez mais as empresas investem em tecnologia e querem
contratar pessoas treinadas, que saibam operar sistemas complexos e
máquinas sofisticadas.
Nossa obrigação, portanto, é lutar para ampliar a qualificação
profissional. Preparar os jovens para que eles tenham a condição de
aproveitar as chances que estão aparecendo e as que ainda vão aparecer.
Em 2007 contávamos com apenas 13 escolas técnicas em Pernambuco.
Vamos fechar 2014 com 40, espalhadas por todas as regiões, levando
conhecimento e preparo do cais ao Sertão. No entanto, sabemos que
podemos e precisamos fazer mais, para que mais pessoas tenham a
oportunidade de mudar de vida pela porta do trabalho.
Além do ensino técnico, temos de apostar na ciência, pesquisa e
conhecimento de alto nível. Recife irá receber um dos mais importantes
centros de produção da Fiat em todo o mundo. Só há quatro iguais e
nenhum fica no Brasil.
Neste centro vão trabalhar algumas das melhores cabeças do planeta em
campos como engenharia, software e design. Uma verdadeira revolução.
Mas precisamos estar prontos para traduzir esta conquista em vitória.
É fato que em menos de uma década saltamos de dez bolsas de mestrado e
doutorado para mais de mil, concedidas no ano passado. Isto quer dizer
mais pesquisadores, mestres e doutores pernambucanos.
Gente que se dedica a produzir conhecimento e, claro, a transmitir o
que estudou às próximas gerações. Praticamente todos os mestres e
doutores estão nas salas de aula, formando outras turmas. O ensino é
algo que se multiplica e irradia.
Na base de toda esta cadeia, entretanto, está a valorização dos
professores. Temos o compromisso de discutir um novo modelo de educação,
capaz de estimular as pessoas a investir na carreira docente, caso
contrário enfrentaremos um apagão de professores.
Uma das alternativas é federalizar a profissão, para que a União
possa dividir com as prefeituras os salários do professorado. O piso
nacional foi um importante passo para corrigir desigualdades, mas
precisamos garantir que ele seja cumprido e ampliado.
Para isto o Governo Federal, que fica com dois terços de toda a
arrecadação nacional, precisa contribuir. Não é justo que governos e
municípios arquem sozinhos com as contas do ensino fundamental e médio.
Sem remuneração adequada e melhores condições de trabalho, não
teremos quem ensine aos nossos filhos e netos. Por isto precisamos selar
um grande pacto pela educação, com objetivos e metas a serem
alcançadas. Investir em educação é apostar num futuro melhor, com mais
justiça social.
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