quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ele voltou

 
Do Correio Cabroboense
 
“A história agora é outra, agora estou preparado para qualquer tipo de debate”. Com essas palavras o vereador Jorge, depois de meses de abstenção, oficializou seu retorno aos debates acalorados da casa legislativa Epaminondas Hipólito Lima. Jorge mostrou que voltou com força total e não poupou críticas ao cenário político legislativo – censurou o modo como o atual presidente Barná Russo direciona as reuniões, questionou créditos de reinvindicações com os colegas, emitiu acusações contra Ramsés Sobreira e Paulo Gonçalves e chamou a Presidente Dilma de ditadora. Tudo isso em uma única sessão ordinária. Em resposta, foi chamado de “cachaceiro”, ditador e “noiva sem véu”.
A revolta de Jorge começou quando ele disse ter sido o primeiro a levantar os temas da habitação e dos embates na distribuição de água na cidade. Segundo Jorge, os colegas é que teriam recebido os bônus. “Quem levantou essas questões fui eu e não Paulo Gonçalves ou Ramsés. Vossa excelência (referindo-se a Barná Russo), deveria ser mais justo e conhecer melhor os procedimentos da Câmara”, exclamou o vereador. 
Humildemente Barná clamou: “Eu sou leigo, me ajude como os outros me ajudam aqui também, você é tão inteligente, me ajude pelo amor de Deus”. O pedido não comoveu Jorge. O vereador continuou pedindo a ida do secretário de habitação Edmilson Caldas à Câmara para prestação de esclarecimentos. A redundância do pedido acabou irritando Barná. “Nos vamos pedir a vinda de Edmilson de novo à Câmara, agora eu peço que você compareça à reunião, por que ele veio e você estava tomando cachaça e não compareceu. Vossa excelência me viu saindo de casa para vim para Câmara por causa do convite que fizemos a ele. Edmilson veio, se prontificou, e vossa excelência estava embriagado e não veio pra sessão. Você está me colocando em maus lençóis, eu não queria falar sobre isso, mas já é a segunda vez que você coloca o mesmo assunto”, esbravejou Barná. A confissão causou risos da plateia.
Jorge se defendeu, chamou o colega de mentiroso e ironizou: “você tem que ter respeito, porque está mentindo. Vossa excelência não bebe, é sempre sóbrio, mas hoje não está sóbrio, porque não está falando a verdade”
Ramsés Sobreira e Paulo Gonçalves também entraram na confusão e apoiaram Barná.  
Jorge queria saber por que o vereador Ramsés é líder da oposição e possui 10 minutos a mais pra falar na tribuna mesmo fazendo parte do partido do prefeito Auricélio Torres (PSB). Lamentando o desvirtuamento do debate propositivo, Ramsés não deixou por menos e contra-atacou: “Primeiramente, os demais vereadores que compõem a oposição – Zé Nilson Novaes e Paulo Gonçalves – entendem que eu atue como o líder. Mas o grande motivo nos remete a um período antes da nossa posse em 2013, quando fui tratar da eleição da Câmara com o prefeito Auricélio e ele disse que o candidato dele a presidente dessa Casa era Vossa Excelência (referindo-se a Jorge). Eu disse que não votaria, como de fato não votei, e tive como resposta uma sonora recomendação do Prefeito: ‘Vá para a oposição’. Daí a indicação do presidente do partido – Auricélio – para eu estar na oposição e, naquela ocasião, sozinho. Foi o que fiz. Agora, eu alertei ao prefeito de que não colocasse o senhor como presidente, pois o senhor iria cometer absurdos na administração do legislativo, como de fato cometeu”.
Do outro lado, Paulo defendia o governo Dilma das acusações de Jorge. 
Foram duas horas de discursos e rodízio de palavra na tribuna. Às 22h30m Barná encerrou a sessão, mesmo assim ainda tinha quem quisesse falar.

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