Mariana Almeida, Pernambuco 247
A exemplo do que
aconteceu em outros estados, como a Bahia, parte do efetivo da Polícia
Militar (PM) de Pernambuco pode declarar greve a partir desta
sexta-feira (25), em protesto contra o Governo do Estado contra o que os
membros da corporação chamam de “abandono da categoria”. De acordo com
os policiais, caso a administração estadual não dê respostas às
reivindicações da categoria, o setor pode entrar paralisar as
atividades. Caso a paralisação se confirme, Pernambuco será o terceiro
estado do Nordeste a ter uma greve da PM em cerca de uma semana. No
último dia 15, os PMs da Bahia declararam uma greve, que se encerrou
após dois dias. Já os policiais do Rio Grande do Norte também
paralisaram as atividades, mas a greve durou apenas 10 horas.
A movimentação dos policiais pernambucanos teve origem nas redes
sociais, onde mensagens convocaram os policiais para realizarem uma
passeata nesta quinta-feira (24), com concentração no bairro do Derby,
no centro do Recife. No anúncio, a rota teria como destino o prédio da
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde os agentes
entregariam a lista de reivindicações aos deputados. Até o fechamento
desta matéria não havia registro de movimentação por parte dos policiais
militares no sentido de protestar contra o governo.
Dentre as reivindicações, está o aumento dos salários dos motoristas
da PM, passando de R$ 83,00 para R$ 400,00 - equivalente aos outros
servidores estaduais -; aumento no vale refeição, passando de R$
150,00para R$ 300,00; ajustes do Plano de Cargos e Carreiras e aumento
salarial de 25% para os agentes administrativos, 45% para os agentes
operacionais e 50% para os agentes da polícia especializada.
O problema é que, por ter nascido nas Redes Sociais, não existe uma liderança definida para o movimento. Procuradas pelo 247, nenhuma
das associações representativas da categoria afirmou liderar o
movimento e também não souberam informar quem estaria organizando o ato.
Procurada, a Polícia Militar informou que não existe nada oficial
acerca do assunto, e que deve esperar uma definição para fornecer
maiores informações.
O assunto foi alvo de uma discussão entre o governador João Lyra
(PSBB), os comandantes da PM e os oficiais que ocupam funções
gratificadas ou cargos comissionados na corporação. No encontro,
realizado no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Pernambuco, o
gestor afirmou que o governo está aberto para dialogar com a categoria,
mas lembrou que os reajustes salariais dos servidores estaduais já foram
realizados. “O que for possível ser feito, nós vamos fazer. Agora,
evidentemente que nós não podemos reabrir negociações, porque temos um
orçamento, uma previsão financeira”, disse o governador na ocasião
deixando implícita a posição do Estado em manter o limite estabelecido
pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Oficialmente, entretanto, o Governo
de Pernambuco evitou se pronunciar.
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