Estadão Conteúdo.
O
evento de apresentação da chapa de oposição ao governo do petista Jaques
Wagner, na Bahia, nesta segunda-feira (14), em Salvador, marcou a primeira
posição oficial, nos estados, do PMDB apoiando um adversário direto da
presidente Dilma Rousseff (PT) em sua campanha à reeleição. O personagem
da dissidência é o ex-ministro da Integração Nacional e integrante da direção
nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima.
Ex-aliado
de Wagner e ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal,
por indicação de Dilma, Geddel preside o PMDB da Bahia e será
candidato ao Senado pela chapa oposicionista, que terá como candidato ao
governo Paulo Souto (DEM), e como candidato a vice o ex-deputado Joaci Góes
(PSDB), relator do projeto do Código de Defesa do Consumidor.
No
evento de hoje, Geddel conclamou as cerca de mil pessoas presentes ao Centro de
Convenções do Hotel Sheraton da Bahia a "eleger Aécio Neves
presidente". O senador mineiro, pré-candidato do PSDB ao Palácio do
Planalto, também participou do evento.
Apesar
de ser o primeiro do partido a tomar posição oficial contra a reeleição de
Dilma Rousseff - e de seu vice, o peemedebista Michel Temer, de quem é
próximo -, Geddel tentou minimizar o fato e disse "repelir rótulos de
rebeldia ou traição" para a ação.
"Houve
um ato de escolha, de quem conheceu as posições do lado de lá [governo do PT] e
acha que, para o Brasil, é muito melhor tentar construir uma outra
posição", argumentou. "Há situações parecidas em vários outros
estados, como em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do
Sul."
Geddel
frisou ainda que a situação criada "não é estranha", apesar de
colocá-lo na oposição a seu próprio partido na eleição ao governo federal.
"Seria estranho se o PMDB tivesse uma candidatura própria. Evidente que a
falta de um projeto nacional do PMDB é um problema [para o partido]. Se
houvesse uma candidatura própria, a argamassa da unidade da legenda estaria
feita, mas a falta dessa candidatura fortalece as forças políticas regionais,
que são as que fazem o partido hoje".
O
peemedebista disse ter conversado com Temer após o anúncio da chapa, feito na
última quinta-feira (10). "O vice-presidente reagiu como [era
esperado de] um amigo que tenho há 20 anos, que entende as
circunstâncias", contou. "Ele me disse: 'vamos torcer para você estar
no Senado, tenho certeza de que será uma voz importante da Bahia'."
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