A disputa majoritária deste ano coloca o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) diante de uma encruzilhada.
Depois do fracasso da eleição de 2012, quando foi o vice de Humberto
Costa na corrida pela Prefeitura do Recife, seu nome é cogitado para o
Senado numa eventual aliança do PT com o PTB, do senador Armando
Monteiro, pré-candidato ao governo do estado.
Mas pelo que se ouve nos bastidores petistas, ele não está empolgado com a possibilidade.
Além da recorrente desunião do partido, existe a preocupação com a falta de recursos e estrutura para um novo voo majoritário.
A reeleição para a Câmara dos Deputados é a prioridade do ex-prefeito.
Assim sendo, João Paulo está entre o risco de cumprir a missão do
partido e a busca, mais palpável, de um novo mandato de deputado.

Desde que deixou a Prefeitura do Recife em 2008, João Paulo enfrenta um processo de retração de prestígio e visibilidade.
De maior liderança do PT nos oito anos de prefeitura (2001-2008), ele
rompeu com o sucessor (João da Costa), de quem foi padrinho e cabo
eleitoral, contribuiu para o surgimento de uma cisão sem precedentes no
partido e chegou em terceiro lugar na disputa de deputado federal em
2010.
A divisão atingiu o ápice com o revés do PT em 2012 e a consequente
vitória de Geraldo Julio, fato que findou a hegemonia petista na capital
e permitiu que o PSB do governador Eduardo Campos estendesse seu poder
ao Executivo do Recife.
Dentro desse contexto de desfavorecimento, João Paulo cultiva a
cautela. Confirma estar trabalhando pela reeleição e pela recuperação da
unidade do partido em Pernambuco.
“Não quero nem pensar em ver meu nome no meio dessas confusões”, diz,
acrescentando que o PT estadual está encontrando o entendimento que
precisa para se reunificar.

Segundo ele, diferentemente de 2012, quando PT e PSB eram mais
aliados, a realidade deste ano é clara, uma vez que, com a candidatura
de Eduardo ao Planalto, os socialistas estão na oposição.
A despeito das intenções do ex-prefeito, porém, o PT nacional
recomendou que o PT pernambucano respalde a candidatura de Armando, com
João Paulo na vaga para o Senado.
O ex-presidente Lula e o presidente nacional do partido, Ruy Falcão, já chegaram a conversar com ele informando-o do pleito.
Ou seja, a pressão existe, mesmo se sabendo que o PT estadual ainda trata de feridas abertas há dois anos.
Embora compreenda o desejo da direção nacional, Teresa Leitão,
presidente da legenda no estado, afirma que a meta primeira do PT em
Pernambuco é consolidar o entendimento iniciado no final de 2013.

“Não se pode escolher nomes agora. Antes temos que definir a tática.
Qual o melhor caminho para o PT. Vamos avaliar se iremos apoiar Armando,
a única candidatura da base de Dilma. Aliás, é pressuposto ser da base
da presidente (candidata à reeleição)”, disse.
Isso significa dizer que a cogitação de João Paulo para a disputa
majoritária só entrará na pauta do PT estadual após 30 de março, data
que o partido colocou como prazo para decidir se segue ou não em faixa
própria.
Até lá, o ex-prefeito se mantém na pré-campanha pela disputa
proporcional. E, pelo visto, na torcida para que outros nomes lembrados
para a majoritária – deputado Pedro Eugênio e a própria Teresa Leitão –
deixem de ser apenas hipóteses. (texto publicado no domingo, 16.02)
João Paulo nas urnas
1996 (1º turno – Prefeitura do Recife) – 105.160 mil votos
2000 (2º turno – Prefeitura do Recife) – 382.988 mil votos
2004 (1º turno – Prefeitura do Recife) – 458.846 mil votos
2008 (1º turno – Prefeitura do Recife – elegeu o sucessor, João da Costa) – 432.707 mil votos
2010 (deputado federal) – 264.250 mil votos
2014 (deputado federal ou senador) – ?
2000 (2º turno – Prefeitura do Recife) – 382.988 mil votos
2004 (1º turno – Prefeitura do Recife) – 458.846 mil votos
2008 (1º turno – Prefeitura do Recife – elegeu o sucessor, João da Costa) – 432.707 mil votos
2010 (deputado federal) – 264.250 mil votos
2014 (deputado federal ou senador) – ?
Em 1988, foi eleito o primeiro vereador do PT no Recife, com 2.723 votos
1994 saiu das urnas como o deputado estadual mais votado da história de Pernambuco, com mais de 50 mil voto
2004 quebrou mais um tabu. Foi o primeiro prefeito reeleito do Recife, com 56,11% dos votos válidos. Ganhou no 1º turno e em todas as zonas eleitorais da cidade.
1994 saiu das urnas como o deputado estadual mais votado da história de Pernambuco, com mais de 50 mil voto
2004 quebrou mais um tabu. Foi o primeiro prefeito reeleito do Recife, com 56,11% dos votos válidos. Ganhou no 1º turno e em todas as zonas eleitorais da cidade.
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