A unidade interna que aparentemente foi conseguida no PT
pernambucano, após o acordo que evitou a realização de um segundo turno
no Processo de Eleições Diretas (PED) para a escolha da direção estadual
da legenda, fez com que o PTB, do senador e pré-candidato do Governo do
Estado, Armando Monteiro Neto, elevasse o tom contra a administração do
governador e potencial candidato à Presidência da República, Eduardo
Campos (PSB). De acordo com Armando, o PSB foi o responsável por
“abandonar o barco” do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e por
“dar as costas ao presidente Lula”. O senador também disse que Campos
foi o responsável pela quebra da unidade da Frente Popular, coalização
de partidos que dão a base de sustentação do governo do PSB em
Pernambuco e que Lula teria adiantado para ele que irá se engajar na
campanha pernambucana.
Para o parlamentar, como a legislação prevê a reeleição, a saída do
PSB da base governista seria uma espécie de abandono em relação a
aliança que a legenda socialista mantinha com o PT. “Nós entendemos que,
como estávamos na base de apoio da presidente, como ela temo direito
que a legislação lhe assegura, de poder disputar a reeleição, não seria,
a meu ver, próprio, que no meio do caminho pudéssemos pular do barco,
abandonar a presidente Dilma, dar as costas ao presidente Lula, que
tanto fez por Pernambuco. A partir daí vamos tomar caminhos distintos”,
declarou Armando, segundo o Jornal do Commercio.
Com o PTB alinhado em nível nacional com o projeto de reeleição da
presidente Dilma e com o PT enfraquecido em Pernambuco por conta da
cizânia que permeou a legenda desde as últimas eleições municipais –
algo que aparentemente foi equacionado somente na semana passada, após
um acordo entre as diversas correntes internas do partido onde está
prevista que a direção estadual seja exercida e divida o comando entre
as duas tendências que disputariam o segundo turno - o nome do senador
tem ficado cada vez mais forte para encabeçar uma chapa majoritária
tendo o apoio do PT.
Nesta direção, Armando tem mantido contatos frequentes com a direção
nacional do PT, incluindo aí o ex-presidente Lula, com quem
encontrou-se, em outubro, em São Paulo. “Estive duas semanas atrás com o
presidente Lula e ele me transmitiu que estará engajado na campanha em
Pernambuco. Vai estar no Estado pedindo apoio do povo para garantir a
reeleição da presidente Dilma. E tenho certeza de que vamos ter um
palanque muito forte em Pernambuco”, assegurou.
Nos bastidores da política, comenta-se que caso o PT venha a forçar a
mão e bancar uma candidatura própria ao Governo do Estado, a tendência é
que a legenda venha apoiar o trabalhista em um eventual segundo turno.
Caso o partido entenda que não seja possível lançar um candidato
competitivo o suficiente para enfrentar uma candidatura indicada por
Campos, as possibilidades de uma aliança com o PTB em nível estadual
ainda no primeiro turno são bastante elevadas. Neste caso, o PT poderia
ser agraciado com a vice na chapa encabeçada por Armando Monteiro.
Armando observa que a saída do PTB da Frente Popular não foi um
movimento que partiu da legenda trabalhista. “O que ocorreu é que o PSB,
que é o partido do governador Eduardo Campos e, portanto, liderava
nossa aliança aqui, entendeu que deveria lançar uma candidatura à
Presidência da república, o que eu considero um projeto legítimo. Com
isso, a responsabilidade pela dissolução da Frente Popular não é nossa, é
do PSB”, disparou o senador, em uma entrevista à rádios do interior.
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